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SOBRE O "SEGUNDO BISSEXTO"

SOBRE O “SEGUNDO BISSEXTO” José Fernandes de Lima [1]   Nas últimas semanas, os jornais anunciaram que a Terra teria acelerado levemente o seu movimento de rotação de modo que completaria uma volta com 1,34 milissegundo a menos do que o tempo regular. Os cientistas explicam que variações na velocidade de rotação da Terra são comuns e não representam motivo de preocupação.  Além disso, esse encurtamento do dia é imperceptível para nós, pois a variação de tempo detectada é 300 vezes menor do que o tempo de um piscar de olhos. Depois de afirmar que essas notícias não devem ser motivo de grande preocupação, aproveito a oportunidade e convido o leitor para relembrar as informações sobre os movimentos da Terra.  Os movimentos de rotação e translação da Terra tiveram início na formação do sistema solar. Há bilhões de anos, um imenso disco de gás e poeira girava lentamente no espaço. Esse disco colapsou, formando o Sol e os planetas ao seu redor, incluindo a Terra. Esse movi...

CANTAR CIÊNCIA

CANTAR CIÊNCIA  José Fernandes de Lima [1] Há quem afirme que a arte funciona como a antena da sociedade. Nesse sentido, ela costuma refletir e até antecipar as novidades científicas, tecnológicas ou sociais.  O cantor e compositor Gilberto Gil é um artista comprometido com essa relação. Ele costuma cantar ciência, ou seja, costuma abordar em suas canções os temas da tecnologia e da ciência, da arte e do conhecimento. Usando uma linguagem poética, ele nos convida à reflexão sobre o universo, a criação e a inovação. São muitas as canções de Gil que tratam de ciência e conhecimento.  Em 1996, ele lançou a música “Pela Internet’ que trata da novidade tecnológica e optou por falar dos termos técnicos. A canção aborda a questão da chegada dos computadores e como a internet mudou a dinâmica da sociedade.  Criar meu web site Fazer minha home-page Com quantos gigabytes Se faz uma jangada Um barco que veleje..... A canção foi pioneira ao abordar o tema da internet na música p...

O SURPREENDENTE MUNDO NANO

O SURPREENDENTE MUNDO NANO   José Fernandes de Lima [1]   O leitor já deve ter ouvido falar bastante em "nanotecnologia". Essa palavra, que parece saída de um filme de ficção científica, está cada vez mais presente no nosso dia a dia e vem gerando muita curiosidade e, claro, algumas especulações. Mas o que exatamente é nanotecnologia? O termo se refere a um campo da tecnologia que trabalha com objetos incrivelmente pequenos, com dimensões da ordem de poucas dezenas de nanômetros. Para ter uma ideia, o prefixo grego "nano" significa a bilionésima parte de algo. Ou seja, um nanômetro é a bilionésima parte de um metro! Pense assim: se você dividir um milímetro (aquela menor marquinha na régua) em um milhão de pedacinhos iguais, cada pedacinho teria a medida de um nanômetro. Quer outra comparação? Um fio de cabelo humano, que já é bem fino, tem pelo menos 50.000 nanômetros de espessura! Fica claro que um nanômetro é uma unidade de medida que não estamos acostumados a us...

Sobre o QUASE

Sobre o QUASE. José Fernandes de Lima [1] A palavra “quase” é um advérbio que carrega vários sentidos linguísticos, dependendo do contexto em que é usada. Pode ser usada no sentido de aproximação temporal ou espacial – “quase” é frequentemente usado para indicar que algo está muito próximo de acontecer ou de ser alcançado. Exemplo: quase chegou a tempo. Pode ser usado no sentido da proximidade em termos de quantidade ou intensidade – pode sugerir que algo está muito perto de atingir um certo limite, mas sem chegar lá. Exemplo: a casa estava quase pronta. O “quase” pode implicar que, embora algo tenha sido feito, não foi suficiente para alcançar o objetivo desejado. Exemplo: eu quase consegui terminar o projeto. Denota que algo foi tentado ou aproximado, mas não se concluiu. Exemplo: faltou pouco para a solução ser encontrada. Às vezes, o “quase” é usado para expressar uma condição que teria se realizado, mas não se concretizou. Exemplo: ele quase me enganou.  O termo “quase” pode r...

SOBRE A BUSCA POR MATERIAIS MAIS ESCUROS

SOBRE A BUSCA POR MATERIAIS MAIS ESCUROS.  José Fernandes de Lima [1] Nós vemos os objetos porque a luz refletida por eles chega até os nossos olhos. A cor que percebemos dos objetos depende da frequência da luz emitida ou refletida por eles. Se eles refletem a luz azul, temos a sensação do azul, se reflete todas as cores primarias, temos a sensação do branco.  A cor preta que percebemos nos objetos do dia a dia acontece porque eles absorvem a maior parte da luz visível que incide sobre eles e refletem muito pouco. Mesmo os materiais mais pretos ainda refletem uma determinada percentagem de luz.  A busca por materiais mais pretos envolve a criação de superfícies que minimizem essa reflexão a níveis extraordinariamente baixos. Essa busca é impulsionada por uma combinação de necessidades práticas em diversas áreas e uma profunda curiosidade sobre os limites da manipulação da luz. Não se trata apenas de uma questão estética, mas de alcançar níveis de absorção de luz que...

SOLIDIFICAÇÃO E ESFARELAMENTO DO TEMPO

SOLIDIFICAÇÃO E ESFARELAMENTO DO TEMPO José Fernandes de Lima [1] O tempo é, provavelmente, um dos mais antigos enigmas da humanidade.   Os seres humanos percebem a passagem do tempo. Essa percepção nos ajuda a ligar os eventos entre si, pô-los em sequência e entender as suas relações causais. Funciona como um instrumento essencial para a sobrevivência, pois permite-nos evitar perigos e aproveitar oportunidades. A diferença entre o que sentimos a respeito do tempo e os sentidos tradicionais da visão e audição é que não temos um órgão especializado para determinar o sentido do tempo. A passagem do tempo parece ser percebida simultaneamente em diversas partes do nosso corpo. Os neurocientistas têm destinado esforços para compreensão dos processos que nos permitem sentir o tempo. Durante milhares de gerações, os nossos antepassados organizaram as suas atividades seguindo o ciclo natural de sucessão dia e noite e da alternância das estações. O Sol, a Lua e os planetas constit...

EDUCAÇÃO BÁSICA E SUSTENTABILIDADE

EDUCAÇÃO BÁSICA E SUSTENTABILIDADE José Fernandes de Lima [1] O direito à educação é fundamental para a concretização de outros direitos sociais. Isso significa dizer que a educação é tanto um objetivo em si mesma como um meio para o atingimento de outros objetivos.  Diante dessa constatação, resultamos convencidos de que os currículos da educação básica necessitam deixar claro o tipo de mundo que queremos e os objetivos que desejamos atingir. Os currículos não podem parar nas habilidades e competências sem dizer para que tipo de sociedade queremos utilizar essas habilidades. A construção do currículo deve ser vinculada ao estabelecimento de utopias e à sinalização de objetivos de longo prazo. É necessário pensar utopias sofisticadas, capazes de revolucionar nosso modo de ser, mas enquanto elas não se consolidam, podemos focar nossos objetivos na sustentabilidade do planeta, a exemplo dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Organização das Nações Unidas....