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O SURPREENDENTE MUNDO NANO

O SURPREENDENTE MUNDO NANO   José Fernandes de Lima [1]   O leitor já deve ter ouvido falar bastante em "nanotecnologia". Essa palavra, que parece saída de um filme de ficção científica, está cada vez mais presente no nosso dia a dia e vem gerando muita curiosidade e, claro, algumas especulações. Mas o que exatamente é nanotecnologia? O termo se refere a um campo da tecnologia que trabalha com objetos incrivelmente pequenos, com dimensões da ordem de poucas dezenas de nanômetros. Para ter uma ideia, o prefixo grego "nano" significa a bilionésima parte de algo. Ou seja, um nanômetro é a bilionésima parte de um metro! Pense assim: se você dividir um milímetro (aquela menor marquinha na régua) em um milhão de pedacinhos iguais, cada pedacinho teria a medida de um nanômetro. Quer outra comparação? Um fio de cabelo humano, que já é bem fino, tem pelo menos 50.000 nanômetros de espessura! Fica claro que um nanômetro é uma unidade de medida que não estamos acostumados a us...

Sobre o QUASE

Sobre o QUASE. José Fernandes de Lima [1] A palavra “quase” é um advérbio que carrega vários sentidos linguísticos, dependendo do contexto em que é usada. Pode ser usada no sentido de aproximação temporal ou espacial – “quase” é frequentemente usado para indicar que algo está muito próximo de acontecer ou de ser alcançado. Exemplo: quase chegou a tempo. Pode ser usado no sentido da proximidade em termos de quantidade ou intensidade – pode sugerir que algo está muito perto de atingir um certo limite, mas sem chegar lá. Exemplo: a casa estava quase pronta. O “quase” pode implicar que, embora algo tenha sido feito, não foi suficiente para alcançar o objetivo desejado. Exemplo: eu quase consegui terminar o projeto. Denota que algo foi tentado ou aproximado, mas não se concluiu. Exemplo: faltou pouco para a solução ser encontrada. Às vezes, o “quase” é usado para expressar uma condição que teria se realizado, mas não se concretizou. Exemplo: ele quase me enganou.  O termo “quase” pode r...

SOBRE A BUSCA POR MATERIAIS MAIS ESCUROS

SOBRE A BUSCA POR MATERIAIS MAIS ESCUROS.  José Fernandes de Lima [1] Nós vemos os objetos porque a luz refletida por eles chega até os nossos olhos. A cor que percebemos dos objetos depende da frequência da luz emitida ou refletida por eles. Se eles refletem a luz azul, temos a sensação do azul, se reflete todas as cores primarias, temos a sensação do branco.  A cor preta que percebemos nos objetos do dia a dia acontece porque eles absorvem a maior parte da luz visível que incide sobre eles e refletem muito pouco. Mesmo os materiais mais pretos ainda refletem uma determinada percentagem de luz.  A busca por materiais mais pretos envolve a criação de superfícies que minimizem essa reflexão a níveis extraordinariamente baixos. Essa busca é impulsionada por uma combinação de necessidades práticas em diversas áreas e uma profunda curiosidade sobre os limites da manipulação da luz. Não se trata apenas de uma questão estética, mas de alcançar níveis de absorção de luz que...

SOLIDIFICAÇÃO E ESFARELAMENTO DO TEMPO

SOLIDIFICAÇÃO E ESFARELAMENTO DO TEMPO José Fernandes de Lima [1] O tempo é, provavelmente, um dos mais antigos enigmas da humanidade.   Os seres humanos percebem a passagem do tempo. Essa percepção nos ajuda a ligar os eventos entre si, pô-los em sequência e entender as suas relações causais. Funciona como um instrumento essencial para a sobrevivência, pois permite-nos evitar perigos e aproveitar oportunidades. A diferença entre o que sentimos a respeito do tempo e os sentidos tradicionais da visão e audição é que não temos um órgão especializado para determinar o sentido do tempo. A passagem do tempo parece ser percebida simultaneamente em diversas partes do nosso corpo. Os neurocientistas têm destinado esforços para compreensão dos processos que nos permitem sentir o tempo. Durante milhares de gerações, os nossos antepassados organizaram as suas atividades seguindo o ciclo natural de sucessão dia e noite e da alternância das estações. O Sol, a Lua e os planetas constit...

EDUCAÇÃO BÁSICA E SUSTENTABILIDADE

EDUCAÇÃO BÁSICA E SUSTENTABILIDADE José Fernandes de Lima [1] O direito à educação é fundamental para a concretização de outros direitos sociais. Isso significa dizer que a educação é tanto um objetivo em si mesma como um meio para o atingimento de outros objetivos.  Diante dessa constatação, resultamos convencidos de que os currículos da educação básica necessitam deixar claro o tipo de mundo que queremos e os objetivos que desejamos atingir. Os currículos não podem parar nas habilidades e competências sem dizer para que tipo de sociedade queremos utilizar essas habilidades. A construção do currículo deve ser vinculada ao estabelecimento de utopias e à sinalização de objetivos de longo prazo. É necessário pensar utopias sofisticadas, capazes de revolucionar nosso modo de ser, mas enquanto elas não se consolidam, podemos focar nossos objetivos na sustentabilidade do planeta, a exemplo dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Organização das Nações Unidas....

FELICIDADE PLENA E OUTROS SUPERLATIVOS

FELICIDADE PLENA E OUTROS SUPERLATIVOS José Fernandes de Lima [1] Nos tempos de Instagram, quando as palavras parecem não dar conta das nossas intenções comunicativas, as pessoas decidiram apelar para adjetivações que, quase sempre, nos levam pelo caminho dos superlativos. Estive na farmácia para comprar um remédio e constatei que o tempo de Instagram já chegou naquele estabelecimento. Terminado o atendimento, o balconista se despediu desejando “tenha uma ótima tarde” e me encaminhou para o caixa. Depois de receber o pagamento, o caixa se despediu dizendo “tenha um excelente final de semana”.  Essas expressões me pareceram pertencentes ao mesmo pacote daquelas pronunciadas pelos funcionários do aeroporto, que ao nos entregar o bilhete da passagem, dizem “faça uma extraordinária viagem”.  Tudo leva a crer que algum instrutor de marketing anda convencendo tais funcionários da importância dos superlativos, sem considerar que o uso de determinadas expressões pode resultar em exage...

SERÁ O LÍTIO O NOVO PETRÓLEO?

SERÁ O LÍTIO O NOVO PETRÓLEO? José Fernandes de Lima [1] A crescente demanda por energia limpa e a expansão dos veículos elétricos têm tornado o lítio um recurso estratégico de alta demanda global. O controle das suas reservas e das suas cadeias produtivas está gerando tensões geopolíticas semelhantes às que ocorreram com o petróleo no século XX. O protagonismo assumido pelo lítio tem lá suas razões.  Imagine um metal tão leve que flutua na água, mas ao mesmo tempo poderoso o suficiente para armazenar energia que alimenta seu smartphone, computador e até veículos elétricos. Este é o lítio, um elemento químico cujo papel na sociedade vem crescendo exponencialmente, a ponto de ser considerado o “ouro branco” do século XXI. O lítio (símbolo Li, número atômico 3) é o metal mais leve da tabela periódica e o menos denso de todos os elementos que são sólidos em temperatura ambiente. Essa característica aparentemente simples esconde uma versatilidade impressionante.  É extremamen...