SOBRE DATA CENTERS
SOBRE DATA CENTERS
José Fernandes de Lima[1]
Um data center é um ambiente que centraliza operações e equipamentos de tecnologia da informação, garantindo local seguro para armazenar, compartilhar e administrar grandes volumes de dados.
Os data centers são fundamentais para a economia digital moderna, pois suportam desde análises de dados em grande escala, até serviços de nuvem. Eles viabilizam aplicações críticas para negócios, serviços na nuvem, comunicação interna, gerenciamento de dados e aplicações de alto desempenho.
Os data centers são estruturas centrais na revolução tecnológica impulsionada pela inteligência artificial. Os data centers garantem à Inteligência Artificial segurança e eficiência operacional, conectando inúmeros setores com serviços essenciais, como comércio eletrônico, finanças, saúde e governo.
A ideia do data center remonta à década de 1940. O Integrador Numérico Elétrico e Computador (ENIAC) das forças armadas dos Estados Unidos, instalado em 1945 na Universidade da Pensilvânia, é um dos primeiros exemplos de um data center que exigia espaço dedicado para abrigar suas máquinas maciças.
Com o passar dos anos, os computadores se tornaram mais eficientes em termos de tamanho e passaram a exigir menos espaço físico. Na década de 1990, surgiram os microcomputadores, reduzindo drasticamente o espaço necessário para operações de tecnologia da informação.
Esses microcomputadores que começaram a preencher as antigas salas de computadores mainframe ficaram conhecidos como “servidores” e as salas ficaram conhecidas como “data centers”.
Os data centers começaram como instalações locais de propriedade privada e rigorosamente controladas, abrigando infraestrutura de tecnologia da informação tradicional para uso exclusivo de determinadas empresas.
Recentemente, os data centers evoluíram para instalações remotas ou redes de instalações de propriedade de provedores de serviços de nuvem.
Esses centros variam em tamanho, capacidade, localização e finalidade, atendendo a diferentes demandas tecnológicas e de negócios.
Os principais tipos de data centers são:
1 – enterprise- data centers próprios de grandes empresas, customizados para suas necessidades.
2 – colocation – espações alugados em instalações gerenciadas por terceiros onde várias empresas compartilham infraestrutura.
3 – edge: pequenos centros de dados localizados próximos aos usuários finais para reduzir latência.
4– modular: estruturas flexíveis e escaláveis, constituídas de forma modular para expansão rápida.
5– hiperscale: instalações gigantes usadas por provedores de nuvem para suportar grandes volumes de dados de alta capacidade computacional.
O primeiro data center de hiperscala foi lançado pela Google em 2006, no estado do Oregon, nos Estados Unidos. Essa instalação em hiperescala ocupa atualmente um espaço de mais de 120 mil metros quadrados e emprega uma equipe de aproximadamente 200 operadores.
Os serviços e nuvem permitem que as organizações acessem recursos de computação de acordo com suas necessidades e paguem de acordo com o tempo de uso.
Segundo dados do Data Center Map, existem mais de 11 mil data centers cadastrados em 172 países ao redor do mundo. Aproximadamente metade deles localizados nos Estados Unidos.
Há uma tendência de aumento do número de data centers em todas as partes do planeta. Estudo da McKinsey & Company prevê que o setor crescerá 10% ao ano até 2030.
O grande desafio a ser enfrentado para o crescimento do número de data centers é o consumo de água e energia. Eles necessitam de energia 24 horas por dia, 7 dias por semana. O aumento da demanda pode gerar desequilíbrio ambiental.
Por isso, algumas empresas maiores estão procurando os países que se disponham a instalar seus data centers.
O Brasil tem boas condições de competir pela atração de data centers porque dispõe de bastante água e energia limpa.
Neste momento, o Brasil está passando por uma forte expansão no setor, com diversos projetos em andamento e previstos para os próximos anos.
O Ministério da Fazenda planeja criar um regime tributário especial que reduz a zero a alíquota dos impostos federais dos produtos comprados pelas empresas que estiverem construindo data centers no Brasil.
A intenção do governo brasileiro é atrair 2 trilhões de reais em investimentos relacionados com o setor de armazenamento de dados.
Um dos maiores investimentos anunciados é o data center do Tic Tok, no Ceará, que terá um investimento inicial de 50 bilhões de reais ainda na primeira fase e pode atingir a cifra de 150 bilhões.
A corrida pela instalação dessas estruturas está atingindo níveis impressionantes.
Enquanto os países se esforçam para instalar data centers mais eficientes e consumidores de energia mais limpa, os bilionários das big datas estão pensando em soluções cada vez mais estravagantes, a exemplo da proposta de que esses centros sejam instalados no espaço, onde poderão contar com energia solar ilimitada. Sem o obstáculo da atmosfera, sem ciclo dia-noite, sem clima e sem reguladores ambientais.
Quando questionado sobre esse assunto, Elon Musk disse que a Space X vai fazer isso. Sua ideia é colocar em órbita novos satélites destinados a funcionar como data centers. A empresa de Musk tem um plano para produzir satélites na Lua, usando materiais lunares, alimentá-los com energia solar e lançá-los com catapultas eletromagnéticas.
Além de Elon Musk, Jeff Bezos e Eric Schmidt estão planejando seus data centers orbitais. O lançamento de data centers orbitais deixou de ser um sonho e passou a ser motivo de uma nova competição espacial.
Jeff Bezos prevê equipamentos como esses em escala de gigawatts em 10 a 20 anos. Eric Schmidt adquiriu a empresa de lançamento chamada Relativity Space como meio de apoiar a visão de data centers baseados no espaço.
Quando três dos indivíduos mais ricos do mundo apostam, independentemente, na mesma “ideia impossível”, é bom prestar atenção.
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