SOBRE FONTES TIPOGRÁFICAS

SOBRE FONTES TIPOGRÁFICAS

José Fernandes de Lima[1]

O leitor já deve ter percebido que o formato das letras difere de um livro para outro. Há livros com letras finas, letras mais retas, mais redondas e assim por diante.

As editoras decidem por determinadas letras quando entendem que elas combinam com o assunto e com o tipo de livro a ser publicado. Quando a escolha é acertada, a leitura é facilitada, os leitores ficam mais satisfeitos e o livro pode vender mais. Se o leitor prestar atenção, poderá verificar que determinadas editoras têm preferência por determinado tipo de letra.

Alguns livros informam, na última página, o tipo de letra utilizada e a empresa responsável pela impressão. Essa informação é importante porque resulta numa forma de valorizar o profissional que desenhou aquelas letras e fazer valer os seus direitos autorais.

Desde que o Gutemberg inventou a prensa de tipos móveis que a necessidade de desenhar letras ganhou importância. Hoje, os editores de texto contidos nos computadores já oferecem vários tipos de letra a exemplo da ArialCourierTimes New RomanCalibriCambriaComic Sans....

Courier é aquela que lembra o tipo das máquinas de datilografia. A Arial é mais quadrada e a Comic Sans é muito usada nas tirinhas e charges.

Chamamos de fontes tipográficas os estilos de letras que compartilham o mesmo design, detalhes e tamanhos.

Existem vários modelos de fontes, cada um com características distintas que servem a diferentes propósitos na comunicação visual. Há aquelas que são adequadas para textos mais encorpados e aquelas projetadas para chamar a atenção, adequadas para títulos ou logotipos. 

As fontes podem ser divididas em duas categorias principais: a serifa e a sans serifa (sem serifa). As serifas incluem pequenos elementos nas extremidades das letras ao passo que as sans serifas são menos detalhadas. 

O leitor pode verificar a diferença comparando a Times New Roman, que tem serifas, com a Calibri é sans serifa.

Times New Roman foi desenhada por Victor Lardent, em 1931, por encomenda do Jornal The Times de Londres. Hoje, ela é uma das fontes mais conhecidas e utilizadas no mundo, em grande parte por ter sido adotada como fonte padrão em diversos processadores de texto usados nos computadores. Seu nome faz referência ao nome do Jornal e também a uma releitura das antigas tipografias clássicas (new Roman).

A popularização da Times New Roman se deu depois que foi feita uma versão exclusiva para a Microsoft e ela foi distribuída em todas as cópias do Microsoft Windows desde a versão 3.1.

Em 2007, a Microsoft começou a substituir a Times New Roman pela Calibri, que passou a constar no pacote do Microsoft Office 2007.

A fonte tipográfica preferida da Apple e amplamente utilizada em seus sistemas operacionais e produtos é a San Francisco. Ela é utilizada em iPhones, Macs e outros dispositivos da empresa.  A fonte tipográfica preferida da Samsung é a SamsungOne. Ela foi projetada para ser uma fonte universal, presente em todos os produtos da empresa desde smartphones e smartwatches até embalagens de produtos e companhas promocionais.

Apesar das novidades, algumas fontes antigas continuam fazendo sucesso. A Helvética foi criada em 1957, a Baskerville foi criada em 1757. A Garamond foi desenhada por Claude Garamond, em 1532 e continua influente. 

O cuidado dispensado pelas grandes empresas na escolha das fontes tipográficas dá uma ideia da importância desse fator de comunicação. 

Diante dessas informações, convém que o leitor fique atento, pois a escolha da fonte tipográfica adequada pode ser decisiva para que o seu currículo seja ou não aceito num processo de seleção.  Antes de ser lido, ele precisa ser agradável.

Em tempo: a fonte usada neste artigo é a Aptos. Ela é a fonte padrão do pacote Office da Microsoft, desde o final de 2023.



[1] Físico e Professor

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