O tamanho da árvore

Mantive na lembrança a imagem de uma árvore na sombra da qual eu costumava brincar e na qual costumava subir com meus colegas em demonstrações de habilidade e coragem. Uma árvore enorme. Folhas largas, produzia um fruto semelhante a um cacau, dentro do qual retirávamos umas castanhas que serviam para outras brincadeiras, visto que não constava serem essas castanhas comestíveis. Uns brotos no formato de charuto se desdobravam em flores quando abertos, de noite, exalava um cheiro agradável. A copa fechada produzia uma sombra perfeita para que ficássemos alí a brincar até que nossas mães chamassem para o almoço. Uma árvore enorme, fora das medidas de qualquer criança.  
Voltei, depois de muitos anos, a visitar o local. Boa surpresa. A árvore continua lá - sadia, verde e fornecendo sombra para quem dela necessitar. Que maravilha a sobrevivência daquela árvore.
Só uma coisa me entristeceu. Verificar que a árvore não é tão grande como a da minha imaginação. Cresci, e esse crescimento tornou minha árvore menor. Mais forte do que constatar meu crescimento é verificar que minha árvore tão querida encolheu.

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