Estamos no Caminho Certo
A educação ocupou um espaço considerável na imprensa nacional neste ano de 2010. Algumas notícias repercutiram em diversos veículos e outras ainda continuam em pauta. Merecem destaque as notícias sobre a prova do ENEM e os resultados do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos).
A ansiedade com que a imprensa aborda esses temas faz parecer que estamos nos dirigindo para um abismo sem fim, quando, na verdade, os dados mostram que estamos desnudando as antigas mazelas do nosso sistema educacional e caminhando para soluções definitivas.
A aplicação da prova do ENEM apresentou falhas pelo segundo ano consecutivo e isso causou irritação e transtorno para os alunos que participaram desse teste na expectativa de obter uma vaga numa grande universidade. No último teste, houve uma troca de gabaritos de um determinado lote de provas o que obrigou o INEP a repetir o teste para cerca de nove mil alunos.
Antes que o problema fosse solucionado, o assunto foi tratado na justiça e esta concedeu liminares para anular definitivamente o exame, coisa que prejudicaria um montante de mais de três milhões de estudantes.
Depois de idas e vindas, prevaleceu o bom senso e a prova foi aplicada somente para os alunos que se sentiram prejudicados.
A tramitação das liminares e as críticas aos dirigentes do INEP e do Ministério da Educação dominaram os noticiários e, em conseqüência, pouco se falou da importância de se adotar o novo tipo de provas utilizadas no ENEM quando essa mudança corresponde a uma mudança significativa na forma de avaliar os estudantes que terminam o ensino médio que, como sabemos, é um grande gargalo do nosso sistema educacional.
As questões utilizadas no ENEM são questões que procuram medir o desempenho global do aluno e, diferentemente das questões utilizadas na maioria dos vestibulares tradicionais, evitam as “pegadinhas” que forçam os alunos a utilizar a maior parte do tempo decorando fórmulas e truques.
Essa nova forma de abordagem e de avaliação contribui para melhoria do ensino médio e beneficia as universidades na medida em que seleciona os alunos realmente mais capazes.
Diante dessas considerações, verificamos que, apesar das dificuldades logísticas para aplicação de uma prova que atende a mais de 3 milhões de alunos, a prova do ENEM necessita ser continuada para o bem da nossa educação. Não podemos nos dar ao luxo de abandonar um projeto bom somente porque encontramos dificuldades logísticas na hora de implementá-lo.
A comodidade e a resistência à inovação sugerem acabar com o ENEM, mas o compromisso com a melhoria da qualidade sugere que continuemos porque a análise detalhada do assunto mostra que estamos no caminho certo.
O caminho certo nem sempre é o mais cômodo. Quase sempre requer o rompimento com determinadas tradições, com o arcadismo com a acomodação.
O Ministério da Educação tem sido corajoso e tem enfrentado a questão com capacidade e competência.
Temos que insistir nessa prova como forma de mostrar as deficiências e como forma de alcançar um novo patamar de qualidade na nossa educação.
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