DESCOBERTAS DE UMA GOTA DÁGUA
DESCOBERTAS DE UMA GOTA DÁGUA José Fernandes de Lima [1] Num dia ensolarado, num lago tranquilo, uma gota dágua, que se encontrava numa profundidade de aproximadamente um metro e meio, sentiu uma vibração, uma série de conexões com o mundo ao seu redor. Percebeu que a sua influência era limitada a um raio muito pequeno; que as moléculas localizadas naquele volume restrito se comportavam aparentemente de forma solidária, pareciam pertencer a um único time. A interação entre elas era diferente da interação com as outras que ficavam fora do seu raio de configuração. Pode-se dizer que nossa amiga gota viveu um momento de epifania quando passou a identificar a sua individualidade. “Eu só sou eu até aquele ponto. De lá para diante, não sou mais eu”. Tão logo ela tomou consciência da sua finitude espacial, começou a perceber que as suas moléculas estavam em constante movimento e que o conjunto como um todo estava sujeito a uma pressão devida à presença de moléculas não pertencentes ao se...